URUGUAI – JANEIRO DE 2024
Humberto: BMW R1200 GS Adventure Rallye.
Marcos André: BMW R1250 GS Adventure HP.
O propósito desta viagem foi de passarmos pelo interior do Uruguai, entrando naquele país pela cidade de Aceguá, próximo à cidade de Bagé, no sudoeste do Rio Grande do Sul, passarmos por Melo, atravessarmos pelas estradas do interior do país vizinho até o litoral e retornarmos ao Brasil através da fronteira do Chuí, no extremo sul do estado do Rio Grande do Sul. Antes, no entanto, decidimos conhecer a localidade de Minas do Camaquã, no município de Caçapava do Sul, já que estava em nosso caminho. O outro propósito foi fazermos a despedida temporária do Humberto às suas viagens de moto já que dois meses após, em março de 2024, se tornou pai pela primeira vez dedicando seus momentos de folga da atividade profissional à filha e à esposa, atitude essa de tamanha importância para sua família.
Sábado, dia 20 de janeiro de 2024.
Saímos de Porto Alegre às 7h30min da manhã com destino à Minas do Camaquã, no município de Caçapava do Sul, onde havíamos planejado pernoitar. Seguimos pela BR 290 em direção ao oeste por 225 km até a BR 153. A BR 290 é uma rodovia de pista simples na quase totalidade do percurso, exceto nos primeiros 26 Km a partir de Porto Alegre onde a pista é duplicada e paralela à BR 116, com um asfalto em condições razoáveis. Acessamos a BR 153, uma rodovia também de pista simples, com um asfalto de ótima qualidade e conservação, percorrendo 52 km até a ERS 625, estrada que leva à localidade de Minas do Camaquã, à esquerda da rodovia. Seguimos pela ERS 625, nosso primeiro trajeto em estrada de chão da viagem, por cerca de 25 km até chegarmos na localidade de Minas do Camaquã. Esta estrada oferece um off road bastante tranquilo, com alguns trechos de aclives e declives não muito acentuados. No caminho se passa pela região chamada Guaritas, onde há 500 milhões de anos era uma deserto com dunas e rios. Hoje existe uma paisagem belíssima criada pela ação das chuvas e dos ventos sobre as rochas, sendo considerado pela Secretaria de Turismo do estado uma das sete maravilhas do Rio Grande do Sul. As formações rochosas de Caçapava do Sul fazem com que a cidade seja considerada a capital gaúcha da geodiversidade. A região também é bastante conhecida como destino de turismo ufológico com diversos relatos de avistamento de objetos voadores não identificados por parte dos ufólogos que lá frequentam.
Após algumas paradas para fotos e filmagens, chegamos em Minas do Camaquã já no início da tarde.
Passamos pela pequena vila onde poucas pessoas circulam pelas ruas com construções vazias que outrora faziam parte da vida daquela localidade. O velho cinema, hoje abandonado, traz a beleza de uma arquitetura que nos remete a um passado pujante perdido no tempo. O velho hospital, onde certamente muitas dores foram curadas, também jaz sem qualquer sinal de vida, com suas paredes ainda com um branco manchado pelos anos. Assim também se percebe outras construções, como o velho posto de gasolina logo na chegada da localidade. O abandono por parte do município dá a sensação de que a história daquele lugar está se perdendo e que, com o passar dos anos, Minas do Camaquã será apenas ruínas tomadas pelo mato.
Paramos para almoçarmos em torno das 14 horas na única lanchonete da pequena vila, a Lanchonete e Mercado Tia Lu. Fomos atendidos pela proprietária, a Tia Lu, uma senhora extremamente simpática e que nos contou bastante sobre a história de Minas do Camaquã, que iniciou com seu tataravô. Também falou sobre a presença de ufólogos que frequentemente visitam o lugar. A lanchonete oferece dois tamanhos de cheeseburgers, sendo que o pequeno já é maior do que a maioria dos lanches que habitualmente se encontra nas lanchonetes. Foram momentos de uma excelente conversa e muito aprendizado sobre a pequena e quase abandonada Minas do Camaquã.
A história da mineração em Caçapava do Sul iniciou no ano de 1865 quando o fazendeiro e coronel da Guarda Imperial João Dias dos Santos Roza encontrou rochas esverdeadas em sua propriedade, levando uma amostra ao então imperador Dom Pedro II que visitava a cidade de Caçapava do Sul. Este, reconhecendo se tratar de material de valor, encaminhou João Dias aos engenheiros ingleses da The Rio Grande Gold Mine, que mineravam ouro na região de Lavras do Sul. A análise do material mostrou se tratar de minério de cobre iniciando, então, a mineração na região. Na década de 1960 do século XX o milionário italiano Francisco Pignatari, conhecido como Baby Pignatari, compra as terras de João Dias e traz para a região a Companhia Brasileira de Cobre, com o auge da mineração ocorrendo entre as décadas e 1960 e 1970 quando a localidade de Minas da Camaquã chegou a ter banco, engenho, cinema, correios, usina hidroelétrica e uma população de 6 mil habitantes. Em meados dos anos 70 houve a falência de Baby Pignatari o que fez com que ele vendesse a mina para o estado que manteve as operações até meados dos anos 80 quando a cooperativa dos trabalhadores assumiu a mina até 1996, ano em que se encerrou a exploração por esgotamento do minério. Hoje a localidade conta com apenas cerca de 200 habitantes, com sua história e belezas naturais a transformando em polo turístico.
As poucas horas que ali ficamos foi o suficiente para percebermos que não seria uma boa escolha dormirmos em Minas do Camaquã, pois não teríamos muito mais a conhecermos. Decidimos, então, seguirmos até a cidade de Bagé, onde passamos aquela noite. Retornamos à BR 153 pela mesma estrada de terra que nos levou à Minas do Camaquã, continuando por mais 84 km até a BR 293, e por esta mais 10 km até a entrada de Bagé.

BR 290

BR 153

Guaritas – ERS 625 – Caçapava do Sul

ERS 625 – Caçapava do Sul

Guaritas – ERS 625 – Caçapava do Sul

Posto de gasolina desativado – Minas do Camaquã – Caçapava do Sul

Cinema abandonado – Minas do Camaquã – Caçapava do Sul

Minas do Camaquã – Caçapava do Sul

Vagonetas – Minas do Camaquã – Caçapava do Sul

Hospital abandonado – Minas do Camaquã – Caçapava do Sul
Em Bagé ficamos hospedados no hotel Dallé (Av. Santa Tecla, 451, Getúlio Vargas, Bagé–RS), onde chegamos às 18h52min com 436,9 km rodados neste primeiro dia de viagem. O hotel é bastante razoável, limpo e com preço dentro dos praticados habitualmente para suas características. À noite fomos jantar na Parrija Rincón (Av. José do Patrocínio, 240, São Judas, Bagé–RS), um restaurante espetacular com uma carne saborosíssima e bastante farto. Sem dúvida, foi o melhor jantar de toda a viagem.
“O município de Bagé está localizado no Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, na região da Campanha, fazendo fronteira com o Uruguai. Bagé está inserido na região do Pampa Gaúcho, que foi ocupada pelos índios Charruas até o século XVI. Tem uma população de 121.986 habitantes, segundo IBGE 2016. A cidade é conhecida como Rainha da Fronteira. Está a uma altitude de 212 metros, o que lhe configura um clima com temperaturas mais baixas. Seu início se dá a partir do ano de 1683, quando jesuítas fundaram a Redução de São André de Guenoas. Nos anos subsequentes, as disputas entre portugueses e espanhóis, assim como a revolução Farroupilha, foram fazendo com que se desenvolvesse uma comunidade na região que hoje é Bagé. Sua fundação se deu no ano de 1811 e em 1846 foi elevado à condição de Freguesia e Município, no mesmo dia. A economia se baseia na pecuária, agricultura e comércio local.” https://www.rotasdemoto.com.br/2018/09/24/pampa-gaucho/

Bagé

Bagé

Roteiro do 1º dia
Domingo, 21 de janeiro. Segundo dia de viagem.
Saímos de Bagé pela manhã pela BR 473 em direção à Aceguá, fronteira com o Uruguai, distante 64 km por uma rodovia asfaltada de pista simples que cruza a belíssima paisagem dos campos do pampa gaúcho com suas diversas fazendas de gado. O dia de sol e a temperatura amena, apesar de estarmos no verão, fez com que tivéssemos uma pilotagem bastante agradável. Ao chegarmos em Aceguá fizemos a imigração para o Uruguai, a qual foi bastante tranquila, nos sendo solicitado apenas o número da placa da moto e documento de identidade, que habitualmente utilizamos o passaporte por facilitar ainda mais os trâmites aduaneiros. Lembrando que se pode utilizar também a carteira de identidade brasileira, não sendo aceito outros documentos como CNH, identidade profissional, etc.
“Aceguá foi distrito de Bagé até 1996, quando foi elevado à condição de município, porém sua implantação somente se deu em janeiro de 2001 o que faz com sua história se confunda com a de Bagé. O município é chamado de Princesa da Fronteira e faz divisa com a cidade homônima uruguaia Acegua, sendo separada apenas por um canteiro central. A população da Aceguá brasileira é de 4.671 pessoas (IBGE 2014), sendo que 75% estão na área rural. A economia se baseia na agropecuária e hoje é uma das maiores bacias leiteiras do Rio Grande do Sul. A Acegua uruguaia foi considerada zona de livre comércio, levando à abertura de alguns poucos Free Shops.” https://www.rotasdemoto.com.br/2018/09/24/pampa-gaucho/
Saindo de Aceguá, já dentro do Uruguai, seguimos pela Ruta 8 por 59 km até a cidade de Melo. No caminho paramos para as costumeiras fotografias. A paisagem do pampa uruguaio é bastante semelhante ao pampa gaúcho por onde havíamos cruzado instantes atrás, diferindo apenas nas propriedades ao longo do caminho. Chegamos a Melo em torno das 13h30min, nos hospedando no hotel Crow (J.Batlle Y Ordonez 609, 37000), um lugar bastante agradável e com um atendimento muito simpático e cordial. Neste dia almoçamos no restaurante La Rural (Gral. Justino Muniz, 37000), onde comemos um macarrão com molho de queijo sem sabor e um bife de pulpa de quadril razoável. Está longe de ser um bom lugar.
Melo está localizada no nordeste do Uruguai, sendo a capital do departamento de Cerro Largo. Foi fundada no ano de 1795 e, por sua proximidade com o Brasil, foi invadida por tropas portuguesas por três vezes no final do século XIX. Atualmente com uma população aproximada de 51.000 habitantes, tem a agricultura e a pecuária como sua principal economia, sendo um centro comercial da região.
Após almoçarmos fomos conhecer o museu Posta del Chuy, onde chegamos em torno das 16h35min. O museu, também declarado Monumento Histórico Nacional do Uruguai, está localizado em uma área rural a 15 km do centro de Melo onde se chega através da Ruta 26 por 12 km de asfalto, se acessando uma estrada de terra nos três quilômetros finais, de pilotagem bastante fácil. As antigas construções em meio aos campos do pampa uruguaio, que compreendem uma casa que já serviu de hospedaria e um curral, criam uma atmosfera que nos remete ao século XIX. É um lugar onde famílias passeiam e parecem relaxar em meio à paisagem. Ao chegarmos se atravessa uma ponte de pedras construída em 1855 que cruza sobre o pequeno Arroio Chuy com pessoas que se banham e pescam em suas águas. A construção foi feita com pedras de arenito unidas sem argamassa, considerada a única na América. Foi erguida por dois pedreiros franceses que receberam a concessão para cobrarem dos viajantes pela passagem sobre a ponte, sendo considerado o primeiro pedágio do Uruguai. No museu não há guias ou quaisquer informações do que representa, de sua história e o seu significado. Existe apenas uma recepcionista que não demonstra qualquer vontade de explicar sobre o lugar. Quando indagada, apenas relatou que as informações referentes poderiam ser encontradas no site da intendência (prefeitura) de Melo.
Saindo do museu Posta del Chuy retornamos ao centro de Melo onde fomos conhecer a Plaza Independencia. Esta praça tem em uma de suas esquinas o ponto conhecido como Esquina do Tango, onde se acumulam diversos casais, em sua maioria idosos, para dançarem tango e outros ritmos. A alegria estampada na face daquelas pessoas que fazem de suas tardes de domingo um evento social popular onde, com seus passos de dança e sua heterogeneidade, comungam de um mesmo prazer que talvez os remeta a um tempo de juventude que ficou no passado quando bailavam em salões nos braços de seus grandes amores, hoje sendo resgatado por aquelas horas dos finais de tarde sobre a calçada da praça.
Após conhecermos a Plaza Independencia e sua Esquina do Tango, fomos até um parque chamado Bioparque, onde chegamos em torno das 18h45min. Lá descobrimos que o parque fecha às 18 horas, porém ainda permanecendo em seu interior as pessoas que estavam visitando. Uma simpática senhora permitiu nosso ingresso, o que nos proporcionou a permanência quase sozinhos no seu interior. O parque é composto de uma área de mata nativa abrigando diversas espécies de animais, como pavões, zorro e outros circulando livremente entre os visitantes, assim como algumas espécies em cativeiro, como diversas aves, capivaras e um pequeno veado. Muitas das aves que ali estão foram apreendidas de contrabandistas e assim permanecendo devido à impossibilidade de serem reintegradas à natureza. Ainda dentro do parque existe uma pequena casa onde faleceu o primeiro presidente do Uruguai, Fructuoso Rivera, que retornava doente do Brasil em 13 de janeiro de 1854, há exatos 170 anos e 8 dias antes de nossa visita ao lugar.
À noite jantamos na parrillada El Boliche En Los Paraisos (Ruta 25 y, F.Mata, 37000), um restaurante razoável.

Musu Posta del Chuy – Melo – Uruguai

Musu Posta del Chuy – Melo – Uruguai

Musu Posta del Chuy – Melo – Uruguai

Musu Posta del Chuy – Melo – Uruguai

Esquina do Tango – Melo – Uruguai

Bioparque – Melo – Uruguai

Bioparque – Melo – Uruguai

Bioparque – Melo – Uruguai

Bioparque – Melo – Uruguai

Casa onde faleceu Fructuoso Rivera no ano de 1854 – Bioparque – Melo – Uruguai

Parrillada e cerveja uruguaia após as motos na garagem – Melo Uruguai

Roteiro do 2º dia
Segunda-feira, 22 de janeiro. Terceiro dia de viagem.
Pela manhã, antes de pegarmos a estrada, passamos pelo centro da cidade e pela praça Constituición, ao redor da qual existem construções do final do século XVIII. Dentre estas está um casarão que pertenceu ao General Bento Gonçalves, localizado em uma das esquinas. Também ali está a Catedral de Nuestra Señora del Pilar y San Rafael, que teve sua construção iniciada em 1805 e concluída somente em 1962, 157 anos após o início da obra.
A Igreja estava fechada naquele momento, porém uma senhora que ali trabalha nos franqueou a entrada. O interior do templo é bastante bonito, chamando a atenção uma pequena placa sobre o último banco à direita que identifica que ali o Papa João Paulo II se postou ajoelhado e rezado quando de sua passagem por Melo, em 7 de maio de 1988.
A visita do Papa à Melo motivou o filme O Banheiro do Papa, lançado no ano de 2007 e que retrata os dias que antecederam a visita do pontífice e a expectativa da chegada de um grande número de visitantes à cidade, impulsionando o comércio informal com bancas nas ruas vendendo alimentos diversos. Neste contexto, imaginando que com o grande número de pessoas comendo tais alimentos estes iriam necessitar um local para fazerem suas necessidades fisiológicas, um dos moradores resolve construir um banheiro para alugar aos visitantes. Eis que a passagem do Papa por Melo foi bastante breve e o investimento no banheiro se torna frustrado. O filme, baseado em uma história verídica, é uma feliz reflexão sutil entre fé e sociedade.
Enquanto estávamos na Praça Constituición conhecemos o Sr. Daniel, que cuida da limpeza da praça. Nos contou ter participado do filme o Banheiro do Papa, onde atuou com três personagens diferentes, além de ter cedido sua residência para uma das locações.
O Sr.Daniel também nos contou que existem comunicações subterrâneas entre algumas das antigas construções, incluindo a Catedral.
Ainda na Praça Constituición conhecemos também o Sr. Eduardo Lemo, também morador de Melo que, juntamente com o Sr. Daniel, nos contou sobre a inauguração da Praça da Concórdia pelo Papa João Paulo II. Na época algumas pessoas, dentre elas o próprio Sr. Eduardo, foram contemplados com um pedaço da faixa da inauguração e um pequeno saco com areia da praça, abençoada pelo Papa. O Sr. Eduardo foi até sua residência buscar a areia e o pedaço da faixa, guardado como uma verdadeira relíquia a qual me presenteou com aquilo que para ele tem um imenso valor. Ao mesmo tempo em que fiquei extremamente surpreso, também fiquei um tanto emocionado com sua atitude. Havíamos nos conhecidos há poucos minutos e me presenteou com os objetos que para ele têm um valor inestimável. Algumas vezes passamos por situações inexplicáveis das quais guardamos gratidão e profundo respeito.

Catedral de Nuestra Señora del Pilar y San Rafael – Praça Constituición – Melo – Uruguai

Casarão onde morou o General Bento Gonçalves – Praça Constituición – Melo – Uruguai

Sr. Daniel, ator do filme O Banheiro do Papa (à minha direita) e Sr. Eduardo (à minha esquerda)- Praça Constituición – Melo – Uruguai

Casa mais antiga de Melo – Praça Constituición – Melo – Uruguai

Momento em que fui presenteado com as relíquias do Sr. Eduardo – Praça Constituición – Melo – Uruguai

A moto sempre aproxima as pessoas – Melo – Uruguai

Praça da Concórdia – Melo – Uruguai
Saímos de Melo pela ruta 8 em direção à cidade de Treinta y Tres, distante cerca de 144 Km. Antes, no entanto, paramos na Praça da Concórdia, local que não poderia deixar de ser visitado. Nosso planejamento era dormirmos na cidade de Aigua ou Garzón, porém para chegar nesta última teríamos ainda um trecho de off road de aproximadamente 63 Km. A estrada até Treinta y Tres é asfaltada, de pista simples e de excelente qualidade. Chegamos a Treinta y Tres às 12h55min e, após abastecermos as motos, fomos ao centro da cidade onde almoçamos em uma cafeteria chamada Espacio Dulce, em frente à praça. Um local bem legal. A cidade, situada na margem esquerda do rio Olimar, é a capital do departamento homônimo de Treinta y Tres. Seu nome de deve ao desembarque dos Trinta e Três Orientais, movimento liderado por Lavalleja para a libertação da então Província Cisplatina do domínio do Império do Brasil, no ano de 1825.

Treinta y Tres
Após o almoço continuamos pela Ruta 8 por 113 Km até a Ruta 39. Nesta última se percorre mais 12 Km até a cidade de Aigua. No caminho existe uma praça de pedágio, porém motocicletas são isentas de pagamento.
Aigua é uma pequena cidade com uma população em torno de 3.000 habitantes, distante cerca de 125 km de Treinta y Tres e situada no departamento de Maldonado. Em Aigua está localizado o Cerro Catedral, ponto mais alto do Uruguai, com altitude de 513m. Chegamos na cidade em torno das 16 horas, indo buscar informações de hospedagem. Após avaliarmos o horário e as poucas opções da cidade, optamos por seguirmos até Garzón.
Saímos de Aigua já passavam das 17 horas, seguindo pela Ruta 109, uma estrada de chão inicialmente com um pouco de areia solta, seguindo por 24 Km até uma estrada chamada Caminho de La Sierra de Garzón, permanecendo nesta por mais 39 Km até o vilarejo de Pueblo Garzón. É uma estrada de serra com alguns trechos um pouco mais técnicos, porém sem maiores dificuldades. Ela corta o interior do Uruguai, proporcionando paisagens belíssimas do Pampa Uruguaio e bastante diversão sobre as motos.
Chegamos a Pueblo Garzón em torno das 19 horas. O vilarejo é muito pequeno, com ruas sem calçamento e uma praça central ao redor da qual existem as poucas casas, muitas aparentemente desabitadas, além de talvez uma ou duas quadras a mais. A sensação que se tem é de estarmos chegando em uma cidade dos filmes de velho oeste norte-americano. Fomos até um hotel indicado por um transeunte, localizado em uma antiga construção de esquina, chamado Hotel e Restaurante Garzon, com ambiente em seu interior bastante requintado. Nossa maior surpresa foi quando a recepcionista nos informou que o valor da diária do quarto duplo custava US$ 870,00. Exatamente isso! Oitocentos e setenta Dólares! Obviamente esse valor não estava dentro de nosso orçamento da viagem, o que nos fez seguir em frente até o balneário de Jose Ignacio, distante mais 37 km. Posteriormente descobrimos que o hotel e restaurante pertence ao famoso chef argentino Francis Mallmann, conhecido como o mestre do fogo, das brasas e das cinzas, sendo um dos nomes mais conhecidos da gastronomia mundial, com restaurantes na Argentina, Uruguai e França, além de autor de livros sobre gastronomia e personalidade de programas de TV.

RN 109

RN 109

RN 109

RN 109

Hotel e restaurante Garzon, de Francis Mallmann – Garzon – Uruguai
O caminho de Garzon a Jose Ignacio é asfaltado, seguindo pela estrada Leopoldo Lopez por 11 Km até a ruta 9, mais 14 Km até o Caminho Ing. Sainz Martinez e mais cerca de 12 Km até o balneário, onde chegamos quase ao anoitecer. Em Jose Ignacio as hospedagens também são bastante caras, porém não se compara com Garzón. Conseguimos um local chamado Marittmo Cabañas, que são pequenas habitações semelhantes a um container localizadas em meio a um bosque, com um quarto, banheiro, sala e cozinha conjugadas, com um valor bem mais acessível, porém sem café da manhã. O lugar é bastante simples e muito legal, com o único inconveniente sendo a visita de um escorpião ao Humberto. Outro detalhe é que a localização no Google Maps está equivocada.
Neste dia percorremos 350 km, sendo destes 63 km de off road.

Roteiro do 3º dia
Terça-feira, 23 de janeiro. Quarto dia de viagem.
Após o café da manhã em uma padaria muito legal chamada Panaderia Jose Ignacio fomos conhecer o Farol Jose Ignacio.
Jose Ignácio é um pequeno e bucólico vilarejo à beira mar, com hotéis de luxo, 40 Km ao norte de Punta del Este em uma península com 2Km de comprimento e 800m de largura. A antiga vila de pescadores foi descoberta pelos milionários uruguaios e argentinos nos anos 70, sendo hoje um local sofisticado no litoral uruguaio. O farol de Jose Ignácio, construído em 1877, é uma torre circular com 32,5m sendo um ponto turístico que pode ser visitado em dias e horários específicos. Infelizmente o farol estava fechado quando estávamos lá, impossibilitando que o visitássemos.

Farol Jose Ignacio
No final da manhã saímos de Jose Ignacio e fomos conhecer a ponte circular sobre a Laguna Garzon, distante de Jose Ignacio cerca de 9 km pela Ruta 10. A ponte está sobre a Laguna Garzon, na divisa entre os departamentos de Maldonado e Rocha. Uma construção bastante interessante, além de muito bonita.
Após a visita à ponte circular sobre a Laguna Garzon, voltamos à pequena cidade de Garzon para vermos melhor o lugar e tentarmos entender um pouco o que acontece ali que tem os preços tão elevados. Retornamos pela Ruta 10 por mais 4 Km até uma estrada de terra por onde percorremos mais 11 Km de off road, chegando até a Ruta 9 e rumando pelo mesmo caminho do dia anterior até Garzón.
Ao chegarmos em Garzon fomos a um armazém pequeno e extremamente simples onde compramos dois pães baguetes (com um inseto caminhando sobre eles) e duas Coca-Colas para comermos com atum enlatado trazido pelo Humberto, nos instalando em frente a um prédio vazio junto à praça. Depois de nosso almoço fomos conhecer a antiga estação férrea da cidade que neste momento passa por uma reforma. Os trabalhadores da obra nos informaram que será colocado uma linha de trem para turismo. Próximo à estação existe uma ponte férrea sobre o pequeno arroio Grazon, onde também fomos visitar. Enquanto lá estávamos um funcionário da Intendencia Municipal nos informou ser Garzon um destino muito procurado por artistas e personalidades uruguaias e argentinas, sendo que um dos Rolling Stones (não soube informar qual) tem uma propriedade ali.
Pueblo Garzón foi quase totalmente abandonada há cerca de 50 anos quando a linha férrea foi desativada. O vilarejo ressurgiu em 2003, quando Francis Mallmann abriu seu hotel e restaurante. Em Garzon também está situada a famosa Bodega Garzon, produtora de vinhos de excelência e azeite de oliva.

Retornando a Garzon

Garzon – Uruguai

Almoço – Garzon – Uruguai

Almoço – Garzon – Uruguai

Garzon – Uruguai

Garzon – Uruguai

Garzon – Uruguai

Arroio Garzon – Garzon – Uruguai
Saímos de Garzon pela Ruta 9 com destino a La Paloma por 30 Km até o acessoa à Ruta 15 seguindo nesta por mais 26 Km até uma rotatória com a Av. Sagitario, que leva ao balneário.
Chegando em La Paloma fomos conhecer o farol do Cabo de Santa Maria, considerado a referência da cidade. O farol foi inaugurado em 1874, mesmo ano de fundação de La Paloma, e tem uma altura de 29m.
De lá fomos para o hotel que havíamos de encontrar no Booking e que nos pareceu ser adequado.
La Paloma é um balneário do litoral uruguaio localizado no Cabo de Santa Maria, sendo a praia mais desenvolvida do departamento de Rocha. Conta com apenas um edifício, já que é proibido a construção de prédios altos. A população é de aproximadamente de 3.500 habitantes.
À noite fomos ao balneário de La Perdrera, vizinho à La Paloma, saindo pela Ruta 9 por cerca de 3 km até a Ruta 10 onde se entra à direita por mais 5 km. O local é pequeno, com a rua principal fechada à noite para o trânsito de veículos. Ali circulam os turistas e moradores locais em meio a restaurantes e comércios de artesanatos. Em La Pedrera jantamos no restaurante La Parrillita, uma parrijjada ruim com carne muito assada e seca. O balneário é bastante rústico quando comparado com La Paloma, sendo um ponto bastante procurado por surfistas. Tem seu nome devido à geografia local, onde foi construído sobre rochas e sua população em 2011 era de apenas 225 habitantes.
Neste dia rodamos cerca de 151 km.

La Paloma – Uruguai

La Paloma – Uruguai

La Paloma – Uruguai

Farol do Cabo de Santa Maria – La Paloma – Uruguai

Farol do Cabo de Santa Maria – La Paloma – Uruguai

Farol do Cabo de Santa Maria – La Paloma – Uruguai

La Pedrera

Roteiro do 4º dia
Quarta-feira, 24 de janeiro. Quinto dia de viagem.
Saímos do hotel em torno das 10 horas da manhã. O hotel Embeleco (Calle De La Viregen y Solar) é um prédio velho, com quartos com um odor forte de mofo, porém atendido por uma senhora bastante simpática. O café da manhã do hotel é péssimo, sendo servido à mesa por uma das proprietárias, o que nos fez ter que procurar outro local para nosso desjejum, o qual fizemos em La Pedrera.
De La Pedrera seguimos para Cabo Polonio através da Ruta 10 que é uma rodovia de pista simples e asfaltada que cruza os campos do Uruguai oferecendo um visual muito bonito e onde é proibido o trânsito de caminhões. Para chegar até Cabo Polonio é necessário deixar as motos em um estacionamento no Parque Nacional de Cabo Polonio e utilizar caminhões de transporte local do próprio parque que cruzam as dunas em uma viagem de aproximadamente meia-hora. Chegamos a Cabo Polonio em torno das 12 horas. O lugar é uma vila bastante simples, habitada por uma comunidade alternativa com uma rua principal onde estão os diversos restaurantes e bancas de artesanatos. Na praia está o farol Cabo Polonio de onde também se pode avistar inúmeros lobos-marinhos sobre as pedras. O farol tem 27m de altura e 132 degraus em seu interior. Assim como o farol Jose Ignácio e o farol do Cabo de Santa Maria, o farol Cabo Polonio também pode ser visitado em dias e horários específicos, também estando fechado quando de nossa passagem. Sua construção data de 1871, sendo de extrema importância para a navegação da região. Antes da existência do farol era bastante comum os naufrágios devido à geografia local. Em 1976 foi nomeado Monumento Histórico do Uruguai.
Cabo Polonio, também localizado no departamento de Rocha, é um pequeno povoado na costa do Uruguai localizado entre dunas. A população de 95 habitantes (2011) é composta de pescadores, artesãos, pequenos comerciantes e funcionários do farol. Seu nome é uma homenagem à embarcação espanhola Polonio que naufragou naquela região no ano de 1735. No povoado não há rede elétrica, sendo a energia produzida por geradores e placas solares. É um local extremamente rústico e intimista.

Cabo Polonio – Uruguai

Farol Cabo Polonio – Uruguai

Farol Cabo Polonio – Uruguai

Cabo Polonio – Uruguai
Saímos de Cabo Polonio após às 15 horas em direção ao Chuí pela ruta 10 por 13 Km até a Ruta 16, seguindo por mais 9 Km até a Ruta 9 onde entramos à direita em direção à fronteira com o Brasil. A Ruta 9 é uma estrada também de excelente pavimentação, porém ao contrário da Ruta 10 e da Ruta 16, é bem mais movimentada e com trânsito de caminhões. Continuamos pela Ruta 9 por 73 Km até a fronteira com o Brasil, nas cidades conurbadas de Chuy (Uruguai) e Chuí (Brasil).
Cerca de 33Km antes do Chuí paramos na Fortaleza de Santa Tereza, no Parque Nacional de Santa Tereza, onde passei em dezembro de 2014 quando da Expedição 2014 ( https://www.rotasdemoto.com.br/?s=expedi%C3%A7%C3%A3o+2014&et_pb_searchform_submit=et_search_proccess&et_pb_include_posts=yes&et_pb_include_pages=yes ). Considerada a mais expressiva do país e localizada a 20Km da Lagoa Mirim, tinha a função de guarnecer o desfiladeiro de Angostura. Sua construção iniciou em dezembro de 1762, sob o comando do Tenente Coronel Thomás Luiz Osório, e tinha por finalidade impedir o avanço das tropas espanholas, sob o comando do governador da Província de Buenos Aires, Dom Pedro de Cevallos após estas terem conquistado a Colônia de Sacramento em outubro do mesmo ano, fechando o caminho em direção à vila do Rio Grande. Porém, em abril de 1764 as tropas de Ceballos tomam o forte antes mesmo do término de sua construção. Após diversas batalhas, em 1828 ocorre a independência do Uruguai com a Fortaleza de Santa Tereza ficando em seu território. Hoje Santa Tereza é classificada como Monumento Histórico do Uruguai.

Fortaleza de Santa Tereza – Chuy – Uruguai

Fortaleza de Santa Tereza – Chuy – Uruguai

Após 9 anos reencontro meu primeiro adesivo de viagem de moto, de dezembro de 2014 – Fortaleza de Santa Tereza – Chuy – Uruguai
Chegamos no Chuí em torno das 16 horas onde nos hospedarmos no hotel Rivero. O hotel é simples, com quartos minúsculos, mas bastante razoável e com um bom café da manhã. Após fomos conhecer o Forte San Miguel e o museu Criollo y Indigena, localizado em Chuy, Uruguai.
O acesso ao forte se dá por um curto trecho de estrada de terra distante cerca de 8 Km do centro de Chuy, próximo à aduana uruguaia, pela Ruta 19, essa totalmente asfaltada. O forte data do ano de 1734, passando por diversas ampliações durante o século XVIII e sendo palco de resistência nos conflitos da região, estando ora sob o comando de tropas espanholas, ora de tropas portuguesas e brasileiras, até o ano de 1828 quando houve a independência da República Oriental do Uruguai ficando este forte, assim como a Fortaleza de Santa Tereza, dentro das terras daquele país. Hoje está sob a administração do Estado Maior do Exército da República Oriental do Uruguai, abrigando o museu da História Militar aberto à visitação pública mediante a pagamento de ingresso de baixo custo. Próximo ao forte de San Miguel está o Museu Criollo y Indigena Horacio Arredondo, em uma grande área bastante arborizada e com um acervo da história, hábitos e cultura dos habitantes indígenas e gaúchos da região no século XIX. Neste a entrada é gratuita.
Neste dia rodamos cerca de 162,5 Km.

Forte San Miguel – Chuy – Uruguai

Forte San Miguel – Chuy – Uruguai

Forte San Miguel – Chuy – Uruguai

Museu Criollo y Indigena – Chuy – Uruguai
Chuy é uma pequena cidade uruguaia que faz fronteira com o Brasil, separada da cidade brasileira de Chuí apenas por um canteiro na Avenida Internacional, no lado uruguaio chamada Avenida Brasil e, no lado brasileiro, chamada Avenida Uruguai, sendo conurbadas. Tem um comércio bastante desenvolvido devido à presença dos duty-free shops.
No lado brasileiro, a cidade do Chuí está localizada no extremo meridional do Brasil. Tem uma população de 6320 habitantes, entre eles brasileiros, uruguaios e árabes, estes relacionados ao comércio local. A economia local é baseada no comércio de fronteira.
Após a proclamação da independência do Brasil, em 1822, veio a Guerra Cisplatina que culminou com a independência do Uruguai no ano de 1828, ficando a região da fronteira um tanto confusa até o ano de 1851 quando foi assinado o tratado de limites entre os dois países incorporando os Campos Neutrais Chuí-Taim ao território brasileiro. Até 1995 o Chuí pertencia ao município de Santa Vitória do Palmar, se emancipando naquele ano.

Com as motos já guardadas, um brinde na última noite de viagem – Chuy – Uruguai

Roteiro do 5º dia
Quinta-feira, 25 de janeiro. Sexto e último dia da viagem.
Saímos do Chuí em torno das 10 horas da manhã em direção à praia do Cassino pela BR 471 por 221 km até a Vila da Quinta. No caminho passamos pela reserva ecológica do Taim, distante cerca de 156 km do Chuí, já no município do Rio Grande. A reserva compreende uma área de 32 mil hectares, considerada de interesse ecológico e com um sistema lagunar formado pelas lagoas Mirim, Mangueira, Jacaré e Nicola. Tem uma vida selvagem bastante rica e uma área pantanosa ao longo da costa brasileira e 10 Km de praias junto ao Oceano Atlântico, com dunas móveis e vegetação rasteira. A estação é administrada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
Chegando na Vila da Quinta seguimos pela BR 392 por 9 Km até o trevo o acesso à RS 734, à direita da rodovia. Nesta última se anda cerca de 11 Km até a entrada do balneário do Cassino, onde chegamos em torno das 12h40min. Almoçamos com minha Mãe e, após algum tempo de conversa, voltamos para estrada, retornando para Porto Alegre pela RS 734 até a BR 392. Pela BR 392 seguimos por 55 Km até a BR 116, na cidade de Pelotas, seguindo por aproximadamente 255 km até Porto Alegre.

Fronteira Brasil – Uruguai
Neste último dia rodamos cerca de 565 Km.

Roteiro do 6º dia
O total percorrido foi 1859 Km entre Brasil e Uruguai.
Foram seis dias de muita diversão e o crescimento cultural que viajar nos proporciona.

Chegada em Porto Alegre

Roteiro total
Bibliografia:
- https://cacapavadosul.rs.gov.br/turismo/visualizar/id/1003/?minas-do-camaqua.html
- https://gmga.com.br/09-minas-do-camaqua-e-o-fechamento-de-mina-camaqua-mines-and-mine-closure/
- https://naokiarima.com.br/rss/minas-do-camaqua/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Bag%C3%A9
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Melo_(Uruguai)
- https://www.wikiwand.com/pt/Melo_(Uruguai)
- https://www.omelete.com.br/filmes/o-banheiro-do-papa
- https://uruguay360.com.uy/uruguay/cerro-largo/posta-del-chuy
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Treinta_y_Tres
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Aigu%C3%A1
- https://en.wikipedia.org/wiki/Garz%C3%B3n,_Uruguay
- https://gauchazh.clicrbs.com.br/destemperados/experiencias/noticia/2017/06/garzon-by-francis-mallmann-a-casa-do-mestre-del-fuego-uruguai-ckbp9mr9s000i8fslqyld24k0.html
- https://gq.globo.com/lifestyle/gastronomia/noticia/2023/11/francis-mallmann-chef-restaurante-sp.ghtml
- https://cafeviagem.com/pueblo-garzon-colinas-francis-mallmann/
- https://simonde.com.br/jose-ignacio-um-vilarejo-minusculo-a-beira-mar-com-hoteis-de-luxo-que-voce-nao-encontra-nem-em-montevideo-uruguai-dicas-como-chegar-vik-o-que-fazer/
- https://www.puntadelestehoteis.com/o-que-fazer/jose-ignacio-farol.html
- https://en.wikipedia.org/wiki/Laguna_Garz%C3%B3n_Bridge
- https://pt.wikipedia.org/wiki/La_Paloma
- https://melevaembora.com.br/2017/06/la-paloma-la-pedrera/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Polonio
- https://turismorocha.gub.uy/pt/atracoes/farois/farol-de-cabo-polonio-monumento-historico-do-uruguai-horarios-e-custos
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_de_Santa_Teresa
- https://turismorocha.gub.uy/pt/atracoes/historicos/forte-de-san-miguel-monumento-historico-de-rocha-uruguai
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Fuerte_de_San_Miguel
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Chuy_(Uruguai)
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Chu%C3%AD
- http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/862
- https://www.rotasdemoto.com.br/2018/09/24/pampa-gaucho/
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- https://www.rotasdemoto.com.br/?s=expedi%C3%A7%C3%A3o+2014&et_pb_searchform_submit=et_search_proccess&et_pb_include_posts=yes&et_pb_include_pages=yes
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