Ponte do Raposo
Marcos André: BMW R1250 GS Adventure HP
Humberto: BMW R1200 GS Adventure Rallye
Sábado, 09 de julho de 2022.
O passeio neste dia foi no interior do município de Caxias do Sul, na serra gaúcha, onde fomos conhecer a Ponte do Raposo.
Saímos de Porto Alegre pela manhã seguindo pela BR 116 passando pelos municípios da região metropolitana de Porto Alegre e pelo Vale dos Sinos, subindo a BR 116 em direção à cidade de Gramado, antes passando por Nova Petrópolis onde paramos para um café na Padaria e Confeitaria Petrópolis, um local com boa variedade de produtos, porém com um atendimento bastante frio e impessoal, o que torna o lugar pouco recomendável.
A distância entre Porto Alegre e Nova Petrópolis fica em torno de 89 Km, passando pela belíssima paisagem da serra gaúcha serpenteada por uma estrada de pista simples e pavimentação adequada.
Após Nova Petrópolis seguimos até a Cidade de Gramado pela rodovia ERS 235 por mais 34 Km. Em Gramado continuamos pela rua Pref. Waldemar Frederico Weber e depois pela rua Antônio B. Sobrinho que se continua por uma estrada terra. A estrada serrana, com muitas curvas, estava com trechos bastante molhados e com alguma lama provocando uma pilotagem com maior atenção. Após cerca de 12 Km a partir de Gramado chegamos na Ponte do Raposo, divisa entre este município e Caxias do Sul.
A Ponte do Raposo, cujo nome verdadeiro é Ponte Major José Nicoletti, foi inaugurada em setembro de 1936. Na época, o escoamento da madeira da região para Porto Alegre se dava em barcas pelo do Rio Caí até o Lago Guaíba e era dificultado pelas secas da região. Com a chegada da ferrovia em Gramado, os madeireiros da serra gaúcha passaram a pleitear a construção de uma ponte para melhorar a logística do transporte de seu produto para a capital. O então chefe de polícia no município de Taquara na época em que estava sendo construída a estrada de ferro entre este município e Porto Alegre, Major José Nicoletti Filho, foi também responsável por levar a estrada de ferro de ferro de Taquara até Gramado e pela construção da ponte sobre o Rio Caí na Zona de Raposo, hoje Vila Oliva. A ponte foi feita toda sob medida em aço Krupp vindo desmontada da Alemanha, chegando à Gramado por via férrea e depois até o local através de carroças. Foi um dos primeiros pedágios conhecidos, onde todos que ali passavam eram obrigados a pagar para atravessá-la. Com o fim da atividade madeireira da região a ponte caiu em desuso, porém ali permanecendo como marco de uma época. Hoje sua construção peculiar está inserida em meio à natureza exuberante e às belas paisagens da região.
Após algum tempo parados ao lado da ponte onde fizemos algumas filmagens e as tradicionais fotografias, seguimos nosso caminho por cerca de 12 Km pela mesma estrada de terra em meio à serra até a localidade de Vila Oliva, interior do município de Caxias do Sul, onde chegamos em torno das 14h15min. Ali paramos para almoçarmos no Restaurante e Pizzaria Bolicho do Cadão. Após saborearmos alguns pasteis e conversarmos um pouco com a proprietária, seguimos nosso roteiro em direção à Santa Lúcia do Piaí, outro distrito de Caxias do Sul.
Vila Oliva é um dos distritos mais importantes de Caxias do Sul, com sua economia passando por várias fases ao longo do tempo e hoje sendo um importante produtor de hortifrutigranjeiros. No passado a região era habitada por índios Kaigang e Xokleng, restando ainda diversos sítios arqueológicos. No ano de 1932 os irmãos Oliva adquiriram uma enorme área de pinheiros e mata nativa na região com a finalidade de extração de madeira. Com isso vieram diversos trabalhadores para mão de obra madeireira, os quais adquiriram terrenos nas proximidades, dando origem ao povoamento que homenageou seus fundadores. Com o fim do ciclo da madeira na região, restou a consciência ecológica com a tradição madeireira presente na silvicultura. Atualmente Vila Oliva é o maior produtor de maçãs, beterraba e cenoura do Rio Grande do Sul, além de também outros produtos agrícolas.
Vila Oliva tem uma população em torno de 2500 habitantes e está localizado a 40 Km da cidade de Caxias do Sul. Abriga também a Casa da Juventude, colônia de férias do Colégio Anchieta de Porto Alegre com ações, parcerias e atividades entre a escola e o distrito. A região foi indicada para receber o Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, a ser construído na comunidade de Tabela.
Saindo de Vila Oliva nos dirigimos ao distrito de Santa Lúcia do Piaí, distante 16 Km. A estrada entre os dois distritos está praticamente toda asfaltada, com trechos ainda em obras. Chama a atenção que em diversos pontos se encontram postes de luz exatamente no meio da rodovia, o que nos causou bastante estranheza.
O distrito de Santa Lúcia do Piaí está distante de Caxias do Sul cerca de 40 Km pela BR 453. No ano de 1635 o padre jesuíta Cristóvão de Mendonça, introdutor da pecuária do Rio Grande do Sul, foi assassinado por índios enquanto passava com sua comitiva pela região. Conta a lenda que o sacerdote teve seu coração arrancado sendo posteriormente encontrado em um córrego cujas águas se tornaram azuis, fato este que deu o nome de Água Azul à comunidade, hoje sendo um ponto de turismo religioso. Assim como Vila Oliva, ali também tem uma grande produção hortifrutigranjeira. Na parte mais alta do distrito de Santa Lúcia do Piaí está localizado o seminário da Ordem dos Cônegos Regulares Lateranenses, local que recebe romeiros para descanso e refeições. A vista de onde se localiza o seminário é belíssima, podendo se observar Santa Lúcia do Piaí do alto.
Saindo de Santa Lúcia do Piaí, voltamos cerca de 3 Km pela mesma rodovia que nos levou a este distrito onde entramos à direita da rodovia e iniciamos mais um trajeto de estrada de chão, descendo a serra em direção à ERS 235 por mais 17 Km. Este caminho é de estrada de terra, com a belíssimas paisagens caraterísticas da serra gaúcha. No caminho se cruza o rio Caí na localidade chamada Comunidade de Pedancino passando por uma ponte de concreto sem guardas laterais que marca a divisa entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis. A ponte está a cerca de 5 Km da ERS 235.
Entrando na ERS 235, seguimos por cerca de 14 Km até o centro da cidade de Nova Petrópolis. Esta rodovia é toda asfaltada e de pista simples. Em Nova Petrópolis paramos para descansar um pouco e tomarmos um café onde acabamos por encontrar, por acaso, dois amigos de Porto Alegre os quais há muitos anos não nos víamos.
Saindo de Nova Petrópolis já após ter anoitecido, seguimos pela BR 116 por mais 41 Km até a entrada da cidade de Ivoti para encontrarmos os amigos Vantuir Boppre e Jackson Feubak (curso de pilotagem off road Big Trail Floripa), Ideraldo Paulista (Honda Valecross) e Felipe Sansone (Sansone Parts). O curso Big Trail Floripa foi levado para Ivoti durante aquele final de semana com apoio do Felipe Sansone. Jantamos com os amigos e com alguns dos alunos que estavam fazendo o curso de pilotagem na Toro Parrilla e Bar, na Av. Bom Jardim 302. Excelente lugar, com carnes sensacionais.
Após compartilharmos momentos extremamente agradáveis com os amigos, retornamos para Porto Alegre pela mesma rodovia BR 116.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 23 horas após mais um dia de passeio, treinamento de pilotagem, conhecimento de novos lugares e, por fim, encontro com amigos para aquela conversa extremamente agradável.
COMPUTADOR DE BORDO
Condução:6h12min
Pausa: 8h46min
Percursso: 306,6 Km
Velocidade média”52 Km/h
Consumo: 17,2 Km/l
Chegada em casa: 23h27min

Ponte do Raposo
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